sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Xadrez

Nas ruas dos pretos vives ausente dos pássaros que pousam nos galhos das árvores mais admiradas desta cidade Sempre que sais atrás dos ventos frescos que asseiam os becos ficas consciente dos que respiram o mesmo que tu Estás tresmalhado espalhado desaparecido Não sabes o que são os pássaros não viajas atrás da chuva e não ouves as trovoadas Morres assim sem saber esperas com os olhos abertos ficas estático chamas as primaveras e as noites de brisas que refrescam acordas ausente de ti nessa rua de pretos onde só tu sabes sentir assim lenha a queimar e o sangue a passar que não espera por ti Falas de músicas e finges porque tu não sabes falas da história dos monges e mentes porque tu nunca percebeste Calas finalmente e todos percebem que eras tu e o teu silêncio e os pretos são os restantes deste jogo de xadrez em que o rei é o teu mais (in)fiel amigo e tu és o peão branco baço transparente até

1 comentário:

  1. Fantástico! Tem cor (ou a sua ausência) ritmo e acção.

    Tens potencial!

    Aproveita e continua.

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