sábado, 18 de maio de 2013

as figuras de estilo nasceram num abraço- são tão incoerentes quanto uma pergunta tornada retórica. um abraço é uma hipérbole das aliterações do pensamento com o desejo- muitas vezes aliterações fingidas e tornadas em rimas exageradas. um abraço é uma frase que deseja já não voltar a ser dita por ninguém como as anáforas já enraizadas nas folhas de papiro, que todos insistem em apagar e reescrever incessantemente
sem paradoxos sem lamentações
como a vida. essa figura com falta de estilo, pleonasmo dos livros dos autores loucos
ironia

sábado, 11 de maio de 2013



ainda existem castelos e museus da tua pele entre as sombras do meu corpo. a morte das estrelas roubou-nos o fim e os navios atracam em silêncio. nas salas arrastamos o pudor das feridas e os incêndios das noites que passaram. permanecemos inquietos e falamo-nos em pontos finais. a cidade vive ausente de nós. as plantas crescem lá fora. esculpimo-nos com o olhar enquanto os espelhos nos mentem a nudez. os corredores negam-nos o chão e a luz. mas continuamo-nos certezas e amamo-nos no ventre da escuridão e nas raízes do instante.